sexta-feira, 23 de maio de 2008

Transportes Históricos

Este foi o primeiro transporte a "Sério", que fiz. Á cerca de 8/9 anos, fomos convidados pelo irmão do Martim, para levar o Yermad (JOD35) dele para o Porto desde Vilamoura. Inicialmente seria apenas eu e o Martim a levar o barco, mas juntaram-se a nós mais 3 amigos o Lapa, Fred e o Zé Lopes.


Talvez por ter sido o primeiro grande transporte, é dos que melhores lembranças deixou. Levámos 4 dias de viagem, com 2 paragens. A primeira em Peniche para abastecer de comida e combustível e a segunda na Figueira da Foz para "descontrair" um pouco na noite!



Como é normal, ficaram algumas histórias da viagem, que ainda hoje nos lembramos em conjunto. Saímos de Vilamoura ao final do dia, vindos directamente de um fim-de-semana de regatas em Portimão (Salvo erro Campeonato Regional de Escolas de Vela), naqueles tempos em que ainda não existia Via do Infante, lembram-se! No Verão eram 3 horas para chegar a Portimão, que desespero!



Saímos de Vilamoura com o GPS do barco, supostamente com as coordenadas da rota todas definidas. Ao primeiro Go to, o rumo era 180!!! Tive de agarrar na carta e começar a tirar pontos! Tudo bem até Lisboa, porque depois a única carta a bordo era uma do ACP!!!! Fizemos a aproximação ao porto de Leixões, de noite e a fazer bordos na praia para o encontrar-mos! A nossa sorte foi que o nevoeiro, só entrou 1 hora depois de atracar-mos. Não se via um palmo à frente! Sorte de principiante.



Mas tivemos mais sortes. Conheço apenas 2 ou 3 pessoas que tiveram a sorte de navegar à popa de balão até Lisboa! Nós conseguimos chegar à Figueira da Foz sem fazer um bordo…




Para além dos enjoos normais onde incluo o meu (depois de preparar um belo esparguete com bacon e natas, não esperava outra coisa, fiquei a velos comer!), o único percalço que tivemos, foi na aproximação ao porto de Leixões. Navegando à bolina, encontrámos 3 ou 4 arrastões pela proa navegando em rumos opostos ao nosso. Fomos obrigados a virar de bordo rapidamente, no meio da confusão o Martim conseguiu enfiar a cruzeta dentro do casaco, impedindo-o de se baixar e desviar-se da retranca. Resultado: A retranca acertou-lhe em cheio no sobrolho abrindo um corte de 3 ou 4 cm! Sangue por todo o lado… Ainda me ofereci para sutura-lo com as agulhas e linha de cozer velas que havia a bordo, mas ele não aceitou, não percebo por quê! Acabei por retoca-lo com uns bocados de tape, o trabalho ficou tão bem feito que não deixou marcas.





Ainda há a história do polvo que nos ofereceram no mar e foi directo para a panela. Nesse dia estava duro de mais, mas quando a comida começou a escassear, huumm, que maravilha!



Foi uma viagem bastante agradável, com uma tripulação 5 estrelas.

2 comentários:

Tânia Alcaravela disse...

AII! Tão novinhos que eram.
Mas devo dizer que estão todos com muito melhor aspecto agora do que naquela altura.

Miguel disse...

Espectaculo.

Miguel