Sábado
O dia iniciou com muito sol e uma brisa ligeira. A equipa do Blaus seria a primeira a competir, o que em termos práticos significa algo semelhante a “terapia de choque”. Para uma estreia, talvez não tivesse sido pior ter a oportunidade de ver uma ou duas regatas antes de iniciar.
As previsões meteorológicas não se enganaram e a brisa NW que se sentia de manhã desapareceu, o que significou uma longa espera até ele voltar (o vento, claro). Felizmente as boas condições de logística do Clube Naval de Portimão atenuaram esta falha e permitiram passar o tempo da melhor maneira possível.
Se a isto associarmos que estávamos num grupo duro e de “pesos-pesados”... bom. Não mete medo mas há que respeitar.
A brisa regressa e a comissão de regatas monta o percurso na entrada da barra, junto à praia da Rocha e ao pontão onde se instala o público e restantes equipas. Fazem-se o últimos preparativos e é ouvido o primeiro aviso. Chegou finalmente a hora da estreia.
A primeira regata é entre a equipa do Blaus e a Seawomen, ao comando de Carlota Macedo da Associação Naval do Guadiana. Correu muito bem. Vencemos com uma margem confortável, foram tomadas as opções certas e a equipa portou-se bem. Mas a partir daqui começaram os problemas.
A segunda regata, contra a tripulação de um velejador que dispensa apresentações - o Hugo Rocha do Ginásio Clube Naval de Faro - não correu nada bem. A equipa desconcentrou-se e cometeu erros. As manobras não saíram certas.
Para ajudar, com o avançar da tarde, o vento começou a subir e a mudar constantemente de direcção, o que obrigou a comissão de regatas a alterar o percurso por diversas vezes. Enquanto a equipa Blaus esperava no veleiro que fosse dado início à partida da terceira regata em que participavam, o percurso foi alterado pelo menos 3 vezes.
Isto faz com que o tempo passe muito devagar e a tensão aumente cada vez mais. Nesta altura tínhamos ganho uma regata e perdido outra, o que significava que estava tudo em aberto.
No entanto, nem com a equipa feminina Schoerders (Rita Gonçalves da Associação Naval de Lisboa) nem com a equipa STAP/Aigle (Rui Bóia do Clube Naval de Cascais) as coisas correram melhor.
Em suma, ganhámos uma regata e perdemos três e, “há que dize-lo com toda a frontalidade”, todas de forma justa, o que resultou no modesto 4º lugar do Grupo B.
Dentro do nosso grupo, é sem dúvida de salientar a excelente performance da Equipa de Rui Bóia. A equipa move-se no barco como se de um único elemento se tratasse e demonstrou que está em perfeita sintonia. Mereceram sem sombra de dúvida ganhar este “round”.
Do Grupo A destaca-se claramente a prestação da equipa liderada por Alvaro Marinho que venceu as 4 regatas, ficando para nós o consolo de pelo menos a equipa da Catarina Carvalho (Ginásio Clube Naval de Faro) ter tido um dia melhor que o nosso, vencendo 2 regatas e posicionando-se como a melhor equipa feminina e 3º lugar do grupo.
Terminado este primeiro dia de regatas, a equipa instalou-se na esplanada do clube e fez o que lhe restava fazer: Descomprimir e tentar descontrair. E bem que precisava. Afinal o dia não correu da melhor maneira e havia que subir a moral dos seus elementos.
À noite, foi tempo de lamber as feridas, jantar e visionar as filmagens que foram feitas ao longo do dia. Deu para detectar a maioria das falhas nas diferentes provas... E perceber que afinal há muitas coisas que acontecem que não nos apercebemos em regata e do interior do veleiro.
Domingo
O dia não estava solarengo mas o vento estava bom.
... E o nervoso miudinho da véspera desapareceu.
Afinal a equipa não tinha nada a perder e o nível de tensão e stress acumulado tinham finalmente baixado para níveis aceitáveis, dando lugar ao que usualmente se denomina de “GANAS”. A equipa queria era ir para a água e ir à luta.
A análise e discussão da noite anterior permitiu corrigir erros e afinar estratégias. Os tripulantes descansaram bem e estavam concentrados e determinados a dar o seu melhor.
A primeira regata foi com a equipa de Joana Matos Rosa (Seawoman da Associação Naval do Guadiana). Vencemos claramente.
A segunda regata foi com a equipa com a equipa do Hugo Rocha, do Ginásio Clube Naval de Faro. Partimos e estivemos bem em regata mas dois saltos de vento imprevistos, inviabilizaram por duas vezes as opções tácticas da equipa. Perdemos mas fooi uma derrota sem vergonha nenhuma.
A última regata deu-se com a tripulação da Catarina Carvalho (vulgo, Piranhas), também do Ginásio Clube Naval de Faro o que teve um sabor agridoce. Amargo porque esta excelente equipa sempre é uma equipa da “casa” com a qual simpatizamos bastante e, sinceramente e sem qualquer desprimor, preferíamos tentar a “desforra” com uma das equipas de fora para nos redimirmos do dia anterior. Doce porque a prova foi muito competitiva e correu bem.
As finais de que não participámos foram renhidas e emocionantes, tendo a equipa de Seth Sailing Team, liderada por Alvaro Marinho saído desta prova sem nenhuma derrota. Tiveram uma excelente prestação e estão de parabéns pelo primeiro lugar alcançado. Só tivemos pena de não termos experimentado uma regata contra eles. Fica para a próxima.
Neste dia, em 3 regatas, ganhámos 2. Nada mau.
Esta ligeira “recuperação” permitiu-nos subir para o 6º lugar da geral, sendo esta a Classificação Final:
Hoje sim, estaríamos preparados para iniciar a regata e, acreditamos nós, alcançar melhores resultados. A equipa aprendeu bastante e essencialmente percebemos agora qual é o caminho a percorrer para alcançarmos o nível seguinte...
... Só falta faze-lo.
E se tudo correr bem, lá estaremos para a próxima.
A todos que nos apoiaram, o nosso agradecimento.
Tempo ainda para um agradecimento especial ao José Cassiano e ao Ginásio Clube Naval que nos forneceu um equipamento novinho em folha e permitiu que entrassemos na competição com (ainda) melhor aspecto do que é o habitual.
A equipa do Blaus.
P.s. Lamentamos não ter fotos do 2º dia de regata mas problemas logísticos impossibilitaram essa tarefa. (ok. Esqueci-me de carregar a bateria). Mais tarde partilharemos os videos e mais fotos deste evento.
