quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Regata da Ria no Cidade de Faro

Sábado passado, alguns elementos da equipa Blaus tiveram o Grande privilégio de serem convidados para participar na Regata da Ria a bordo do já lendário veleiro, "Cidade de Faro", do Ginásio Clube Naval de Faro, convite esse que aceitámos prontamente .

Assim, sob o comando do Johnny (não o nosso mas sim o do Cidade de Faro) a Milena, o Helder e, como representantes da Equipa Blaus o Johnny (o nosso), o Pedro, o Carlos e o Miguel compuseram a tripulação para a regata.

Como convidados, o nosso principal objectivo consistia em não fazer nenhuma asneira (pelo menos grave), representar o melhor possível o nome da equipa Blaus e, principalmente, estar à altura tanto do convite que nos fora feito como da própria embarcação e respectiva equipa.

A regata correu bem, sendo o percurso compreendido entre o Farol e a Armona. O dia estava excelente e as coisas dentro da equipa estiveram bem coordenadas para uma primeira experiência, descontraídas qb e terminámos em primeiro da real. Mesmo assim, no tempo corrigido, ficámos em 2º lugar, a aproximadamente 30 segundos do "Malecagem" que desta vez alcançou o 1º lugar do pódio. O terceiro lugar coube às Piranhas. A eles os parabéns!

Seguiu-se um excelente almoço na Culatra e a respectiva entrega de prémios. Um bom programa, encerrado com um excelente regresso a Faro pela Ria ao fim da tarde e em tom de passeio. Foi uma óptima maneira de encerrar a época, dado que se tratou, muito provavelmente, da última regata do ano em que participámos.

Ficam aqui os nosso sinceros agradecimentos ao Rui Belchior e José Cassiano pelo convite feito assim como a toda a Equipa do "CIdade de Faro" pela boa recepção (o que já é usual) e por nos terem aturado tanto a nós como as nossas "parvoíces" ;)

Até à próxima se não for antes.

A equipa Blaus

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jantar final de Epoca

Caro amigos e amigas,

Uma vez que a época de 2008 se aproxima do fim, julgo que chegou o momento de nos juntarmos para confraternizar e brindar à brilhante época que agora finda. Desta forma proponho um jantar da Equipa Blaus III, e sugiro que este jantar se realize no dia 21 de Novembro (Sexta Feira).
Fico à espera dos vossos comentários para que possa iniciar a organização este brilhante jantar!

Abraços e Beijos

Lúcio

terça-feira, 11 de novembro de 2008

ORC670 World Cup, a aventura Marroquina e outras histórias… (Parte 2)

Alguns recortes do jornal Record que foram saindo em Portugal durante a nossa participação:

Dia 16 de Outubro:

Dia 17 de Outubro:

Dia 18 de Outubro:

Dia 19 de Outubro:

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ORC670 World Cup, a aventura Marroquina e outras histórias… (Parte 1)

Antes de mais gostaria de agradecer novamente em meu nome e da restante equipa as enumeras mensagem de apoio e incentivo recebidas ao longo destes dias de regata e transporte.

E assim se concluiu mais uma brilhante e intensa época de regatas da Equipa Blaus 3… E não podia ser de outra forma se não intensamente! J


O convite para participarmos nesta prova surgiu tardiamente e inesperadamente, dia 4 de Outubro. As condições oferecidas pela organização, para apoiar a nossa deslocação e participação tornaram a decisão de partir quase obrigatória. Foi em apenas 3 dias que planeamos e preparamos a deslocação e participação nesta prova, em termos logísticos e humanos, desde o planeamento da viagem, compra de mantimentos e material de segurança, convidar a equipa (9 pessoas) e organizar voos e alojamentos, etc. … Um recorde apenas possível com a enorme disponibilidade da equipa e do nosso armador!

Da viagem para Lanzarote, já tivemos oportunidade de relatar os principais acontecimentos.



ORC670 World Cup:
Partimos para esta prova com uma boa dose de humildade, sabíamos que iríamos defrontar os principais barcos do circuito Espanhol de regatas que é actualmente dos circuitos mais competitivos a nível mundial. Os nossos objectivos passavam por optimizar o barco e assimilar rotinas competitivas partilhando o dia-a-dia com este nível. Assim o fizemos desde o primeiro dia, em que travamos amizade com a tripulação do
Navantia e o seu skipper e armador Jesus Pintos Ager (vencedor das duas edições anteriores desta prova). Com a sua enorme simplicidade, contrastando com algumas figuras habituais do nosso circuito, disponibilizou-se de imediato para nos auxiliar na preparação do nosso barco, convidando-nos inclusive a visitar o seu para tirarmos ideias. Passamos os dois dias anteriores ao iniciou da prova, preparando e afinando o nosso veleiro. Nesta altura já as outras tripulações, maioritariamente profissionais (com alguns ordenados a rondar os 4.000€ a 5.000€ por dia!!!) se treinavam fazendo as ultimas afinações nos veleiros e manobra e ao mesmo tempo fazendo reconhecimentos da zona de regatas. Foi pena a nossa tripulação apenas ter chegado na véspera do iniciou da prova, não havendo tempo para qualquer treino ou reconhecimento.



1ª Dia de Prova – 3 * Regatas Técnicas:
Uma vez que não tínhamos que provar nada, a pressão psicológica era relativamente baixa neste dia, bem como nos restante. Saímos para o mar, conscientes das nossas limitações humanas mas ainda mais importante as limitações técnicas. Á já algum tempo que sabemos que devido a algumas alterações no nosso aparelho, temos menos meio metro no nosso estai real, quando por exemplo o Navantia altera a sua afinação do estai real em +/- 2 cm conforme as condições meteorológicas, 50 cm é um exagero… Para alem disso, o veleiro X37 é um barco que entra "muito apertado" nesta classe (ORC670). Para participar nesta prova só poderiam inscrever-se veleiros com o handicap entre 618 e 659,9 seg/milha. O nosso era de 612! Assim e após diversas medições e simulações realizadas no local e com os custos suportados pela organização conforme inicialmente acordado, a única forma de entramos no grupo era utilizarmos apenas a genoa 3, em todas as condições! Os restantes veleiros conseguem entrar no grupo, reduzindo um pouco as restantes velas e colocando bastante chumbo a bordo. O objectivo é entrar no grupo sendo o barco mais rápido do mesmo, conseguindo desta forma realizar regatas muito mais "limpas" tacticamente. As condições meteorológicas acabaram por não ser completamente adversas para esta combinação de velas, sendo que apenas no último dia algumas equipas usaram a genoa 1 e nos restantes utilizaram a 2 ou inclusive a 3. Nessas situações o nosso principal handicap foi de facto o nosso VMG á bolina, pois para mantermos a velocidade proporcionada pela genoa 2 nos restantes participantes, tínhamos de cumprir um compromisso de ângulo perdendo bastante barlavento. Mesmo assim não desanimamos, e demos o nosso melhor até ao fim.


Apesar de alguns resultamos menos positivos no primeiro dia (1 OCS + 17), conseguimos perceber que o nosso nível não estava assim tão longe destas equipas que fazem da vela o seu modo de vida, nomeadamente na primeira regata que conseguimos um 11. Estes resultados surgem em grande parte devido à falta de entrosamento entre os elementos da equipa e diferentes hábitos adquiridos. Isto é o resultado da falta de profissionalização da vela Portuguesa e a dificuldade resultante de manter uma equipa estável durante uma época extremamente intensa, conciliada com as obrigações profissionais de cada um dos elementos.

2ª Dia de Prova – 2 * Regatas Costeiras (90 milhas):
Depois de uma excelente apresentação meteorológica realizada durante a manhã e algumas analises nossas, saímos para esta prova determinados a inverter os resultados menos conseguidos do dia anterior. Após uma largada razoável e a passagem pela baliza de desmarque colados ao grupo da frente, foi a nossa audácia e capacidade de visão que marcou a primeira parte desta regata, merecendo inclusive alguns comentários positivos da parte de alguns adversários. Quando toda a frota seguia o veleiro Telefónica e Navantia junto a terra á popa amurados a Estibordo, optamos por seguir o nosso plano e intuição cambando sozinhos para o mar procurando mais pressão.


Os ganhos desta opção apenas se tornaram visíveis para a restante frota passadas algumas horas, quando já nos encontrávamos posicionados numa perpendicular ao vento nas 3 primeiras posições. Mais uma vez, o primeiro barco a reagir foi o Telefónica, seguido de grande parte da frota, cambando para o mar, procurando defender-se no nosso ataque. A nossa determinação e conhecimento do campo de regatas (pelo menos teórico! J), levou-nos a cambar e cruzar este grupo da frente na 4 posição da real, com o objectivo de fazermos a passagem entre a Ilha de Lanzarote e Fuerteventura amurados a Bombordo, contando com um salto de vento previsto para a direita. O salto concretizou-se conforme previsto, quando já navegávamos amurados a Bombordo, ligeiramente mais orçados do que a Ilha dos Lobos, que pretendíamos rondar por Bombordo, permitindo-nos passar a mesma sem cambar e num ângulo ligeiramente mais orçados do que popa. O mesmo salto de vento não permitiu à restante frota passar a Ilha sem cambar, pelo que realizaram a aproximação final num bordo negativo contra o salto de vento. Este conjunto de acontecimentos, permitiu-nos passar este primeiro objectivo em 2 lugar da real após cerca de 5 horas de regata, atrás do Telefónica e seguidos pelo Navantia.



Passada a Ilha dos Lobos, e com o vento pela proa com cerca de 13/14 nós, a subida até ao outro extremo da ilha foi muito complicada de fazer com a nossa pequena genoa 3!!! Conseguir um 13º nesta primeira etapa, revelou-se um excelente resultado. Valeu-nos ainda a opção de aproximar-nos ao MWP (Meddle Way Point) pela direita, novamente isolados, recuperando 2 lugares na real.


A segunda parte desta regata foi uma longa popa até ao final, onde ainda conseguimos recuperar algumas posições, terminando em 6º da real e 9º em tempo corrigido. Ainda ouve tempo nesta prova de, ao passarmos por um dos nossos adversários, batermos em seco! Acabamos por não perder muito em termos de tempo, pois devemos ter tocado numa ponta de rocha muito pequena e estreita! Navegávamos com cerca de 8 metros de fundo antes do "toque" e continuamos com esta profundidade logo após.




3º Dia de Prova – Descanso:
Depois de termos terminado a regata costeira no dia anterior cerca das 3 da manhã, este dia foi de descanso para a tripulação e mergulho para mim, de forma a avaliar os estragos resultantes da colisão no dia anterior. Embora a colisão se tenha dado a cerca de 4 nós de velocidade, os estragos foram mínimos, não necessitando de qualquer intervenção urgente.



4º Dia de Prova – 2 * Regatas Técnicas:
Após recuperarmos algumas posições no dia anterior, voltamos a cometer o erro de largarmos adiantados somando mais um OCS, na primeira prova do dia. Na segunda regata, voltamos aos resultados que seriam normais para nós e as nossas limitações, obtendo um 11º lugar.


5º Dia de Prova – 2 * Regatas Técnicas:
Este acabou por ser o nosso melhor dia de regatas, por um lado a equipa estava mais coordenada e por outro lado o vento rodou ligeiramente para a esquerda, vindo mais de terra logo diminuindo a vaga. O que deixou de ser tão penalizador para a nossa pequena genoa 3. Conseguimos neste dia classificar-nos em 10º lugar na primeira e 6º na segunda regata, beneficiando de algumas excelentes opções tácticas à bolina e à popa.

Como resumo da nossa participação, podemos afirmar que a evolução técnica foi enorme, conseguimos optimizar o barco de forma a facilitar a manobra e afina-lo dentro das limitações ainda existentes. Após 5 dias de regatas, podemos ainda orgulhar-nos de não termos perdido um único lugar à popa, tendo efectuado recuperações fantásticas à popa, não só pela velocidade que de facto tínhamos, mas também devido as boas opções tácticas que assumimos. A experiencia serviu ainda para tomarmos consciência que com algum treino, preparação do barco, alguma rotina neste tipo de provas e o apoio financeiros necessários, podemos estar a competir ao mais alto nível muito rapidamente e quem sabe disputando um título desta envergadura. Fica a motivação para mais…

Resta-me agradecer toda a tripulação, pela forma profissional e dedicação com que encarou esta prova, dando o seu melhor e muitas vezes superando-se, sempre com uma enorme boa disposição.

(Continua...)