sábado, 31 de maio de 2008

Pouco Trabalho

Caros Amigos,


Não há duvida que temos que apertar com o novo armador...

É incompreensível que não tenhamos tido treino pelo facto de o fundo do barco ainda não ter sido pintado... e depois quer vitórias!!!


Mande trabalhar os homens!


Mando-vos uma foto do descanso do guerreiro.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Transportes Históricos

Este foi o primeiro transporte a "Sério", que fiz. Á cerca de 8/9 anos, fomos convidados pelo irmão do Martim, para levar o Yermad (JOD35) dele para o Porto desde Vilamoura. Inicialmente seria apenas eu e o Martim a levar o barco, mas juntaram-se a nós mais 3 amigos o Lapa, Fred e o Zé Lopes.


Talvez por ter sido o primeiro grande transporte, é dos que melhores lembranças deixou. Levámos 4 dias de viagem, com 2 paragens. A primeira em Peniche para abastecer de comida e combustível e a segunda na Figueira da Foz para "descontrair" um pouco na noite!



Como é normal, ficaram algumas histórias da viagem, que ainda hoje nos lembramos em conjunto. Saímos de Vilamoura ao final do dia, vindos directamente de um fim-de-semana de regatas em Portimão (Salvo erro Campeonato Regional de Escolas de Vela), naqueles tempos em que ainda não existia Via do Infante, lembram-se! No Verão eram 3 horas para chegar a Portimão, que desespero!



Saímos de Vilamoura com o GPS do barco, supostamente com as coordenadas da rota todas definidas. Ao primeiro Go to, o rumo era 180!!! Tive de agarrar na carta e começar a tirar pontos! Tudo bem até Lisboa, porque depois a única carta a bordo era uma do ACP!!!! Fizemos a aproximação ao porto de Leixões, de noite e a fazer bordos na praia para o encontrar-mos! A nossa sorte foi que o nevoeiro, só entrou 1 hora depois de atracar-mos. Não se via um palmo à frente! Sorte de principiante.



Mas tivemos mais sortes. Conheço apenas 2 ou 3 pessoas que tiveram a sorte de navegar à popa de balão até Lisboa! Nós conseguimos chegar à Figueira da Foz sem fazer um bordo…




Para além dos enjoos normais onde incluo o meu (depois de preparar um belo esparguete com bacon e natas, não esperava outra coisa, fiquei a velos comer!), o único percalço que tivemos, foi na aproximação ao porto de Leixões. Navegando à bolina, encontrámos 3 ou 4 arrastões pela proa navegando em rumos opostos ao nosso. Fomos obrigados a virar de bordo rapidamente, no meio da confusão o Martim conseguiu enfiar a cruzeta dentro do casaco, impedindo-o de se baixar e desviar-se da retranca. Resultado: A retranca acertou-lhe em cheio no sobrolho abrindo um corte de 3 ou 4 cm! Sangue por todo o lado… Ainda me ofereci para sutura-lo com as agulhas e linha de cozer velas que havia a bordo, mas ele não aceitou, não percebo por quê! Acabei por retoca-lo com uns bocados de tape, o trabalho ficou tão bem feito que não deixou marcas.





Ainda há a história do polvo que nos ofereceram no mar e foi directo para a panela. Nesse dia estava duro de mais, mas quando a comida começou a escassear, huumm, que maravilha!



Foi uma viagem bastante agradável, com uma tripulação 5 estrelas.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Mar



O mar é um cenário e objecto recorrente de poemas, lendas, histórias, odes e afins, desde a existência do homem como ser mais ou menos inteligente, capaz de juntar e registar umas palavras ou representar algo artísticamente. Ninguém com um mínimo de capacidade de observação é capaz de ficar indiferente perante este "ser". Faz parte do nosso código genético o respeito, admiração e até temor pelo mar, assim como por outros elementos da natureza.

Com o (des)evoluir da humanidade e das sociedades e consequente afastamento do ser humano ao meio natural , o contacto e convivio com o mar tornou-se vicíado e desequilibrado. Deixou de fazer parte da vida da maioria das pessoas sendo remetido para uns banhos durante o verão na ida à praia com a familia, umas fotos de por de sol ou outros cenários românticos do género e uns passeios de barco pontuais. Mas representa também o perigo de Portugal ser devorado pelo mar, as praias e respectivos apoios de praia serem destruídos com as marés vivas e outros cenários pseudo catastróficos que resultam de um único facto: Esquecemo-nos de algo que as gentes do mar sempre souberam... é que ele existe e ele é que manda.

Este afastamento ao meio natural que nos criou e envolve, conduz à necessidade de serem criados (e bem) “dias europeus” ou “dias mundiais” de qualquer coisa para nos relembrar da existência dessas "coisas". É pena que assim seja e haja essa necessidade.
Ontem, dia 20 de Maio, foi o 'Dia Europeu do Mar', criado pela UE a fim de celebrar as realizações e o potencial dos oceanos e dos mares europeus.

É sempre uma boa altura para lhe apertar o bacalhau (ao mar), dar uma palmadinha nas costas e os parabéns.
Agora, bom mesmo era fazer alguma coisa de jeito... Quanto mais não seja olhar para ele com olhos de ver e tentar senti-lo.

Ironias à parte, aqui fica a homenagem (ainda que tardia), respeito e admiração ao Mar, onde tantos momentos fascinantes e unicos são vividos por esta equipa e por todos que por ele têm ou tiveram o privilégio de serem recebidos.


A equipa do Blaus

(Mais informações em:
http://ec.europa.eu/maritimeaffairs/maritime-day-2008_en.html)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

sábado, 17 de maio de 2008

Regata da Marina de Albufeira - novidades

Pois é. Parece que hoje o Blaus vai ter direito a descansar: fica na marina e não participa na regata.
Mas a sua tripulação vai participar.


Onde? Num modesto veleiro idêntico a este:




É o Cariu. Um X-37.

Para quem não sabe, o X-37 é um excelente veleiro de 11.32m sendo que no seu palmarés esta por exemplo ter sido um veleiro destes que venceu a última edição da Copa do Rey... que chatice.

Vamos lá a ver como nos vamos portar.

A equipa do Blaus

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Regata da Marina de Albufeira

Apróxima-se mais um fim de semana de regata para a equipa Blaus.

Desta feita é a III Regata da Marina de Albufeira e correm por aqui uns "rumores" que para esta poderão haver novidades e surpresas muito interessantes.

Para já não podemos adiantar nada mas fiquem atentos porque assim que soubermos, partilharemos aqui no Blog.


A equipa do Blaus

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O espirito Blaus

Para quem quiser ter uma pequena amostra do que é o espirito da equipa Blaus durante uma regata...

A qualidade da filmagem está uma treta (os primeiros segundos terão de ser vistos com a cabeça de lado, tem uma ligeira interrupção, péssima luz e não tem som) mas mostra o que interessa: a equipa vibra com as regatas, diverte-se que nem uns loucos furiosos mas nunca deixa de dar o seu melhor e de ser extremamente profissional e competitiva.

Já agora, o nome do Artista é João Sustelo (johnny) que, para além de um forte trimmer que faz parte da equipa desde o ínicio, é quem dá classe e anima esta tripulação, tanto no mar como em terra.

Bem haja.





Já agora, podem não acreditar mas o artista não sabia que estava a ser filmado. Não que isso fizesse alguma diferença... afinal há que arranjar distracções quando se navega durante umas horas à poupa agarrado ao balão, não é?


A equipa do Blaus

Regata das Marinas II - em actualização

Agora sim. Recuperados (pelo menos alguns) aqui vai o resumo do fim de semana de regata.

A Regata das Marinas é primeira prova a contar para o Campeonato do Algarve de Cruzeiros 2008, sendo que a organização, ao cargo do Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIMAV) com a colaboração do Marina Yacht Clube de Albufeira (MYA), esteve na nossa opinião irrepreensível. A prova contou com participação de dezassete embarcações oriundas de todos os pontos do Algarve e disputou-se em duas regatas costeiras.


6ª feira

Transporte do Blaus de Faro para Vilamoura durante a noite.

Antes de partirmos, ficámos a saber que durante a tarde, as Piranhas no mesmo trajecto, apanharam o mar bem duro e após se rasgar a vela grande e ficarem sem motor tiveram que voltar para trás. Parece que a coisa não estava para brincadeiras.
Mas felizmente o vento baixou ao fim da tarde e a nossa viagem foi um bom e calmo passeio com céu estrelado e alguma ondulação mas nada que incomodasse.





E ainda deu tempo para um passeio higiénico e saudável pela noite de Vilamoura.



Sábado

A equipa acordou cedo e motivada para fazer os últimos preparativos no Blaus e uma boa regata até Portimão (21 milhas). O vento estava de Noroeste e sempre a subir. Durante o dia andou à volta dos 20-30 nós, chegando a atingir os 35 nós (aprox. 60 km/h), o que digamos que já dá para "aquecer".

Com o veleiro pronto, saimos da barra já perto da hora de largada e começaram as manobras de preparação. Era uma frota de 17 veleiros, muitos deles bastante recentes e bons, o que aumentava ligeiramente o stress e a importância de fazer uma exceletente largada.

Largámos bem mas infelizmente, cedo demais. Isto foi agravado por só termos confirmado esse facto decorridos uns 2 ou 3 minutos de prova. Voltámos para trás, o que óbviamente significou partir em último lugar.


O mar estava batido, as manobras tinham que ser feitas depressa e havia que recuperar o máximo possível. E assim foi. Passámos um, dois, três, quatro equipas... e por aí fora. E sempre a andar bem. Muito bem.
Foram mais de 4:30 de regata, sempre à bolina, a levar tareia e com um elevado nível de concentração. Achamos que fizemos as opções correctas. E o facto é que chegámos e ficámos em 3º Lugar da geral e 1º do grupo.

No mínimo, ficámos orgulhosos. ok. Confessamos. Ficámos muito orgulhosos. Este barco é um espectáculo! Marcou por várias vezes 6.4 nós quase aproado ao vento e com ondas de 1,5 a 2m.

À chegada foi tempo de arrumar as coisas, beber uma merecida cerveja e saborear o momento. Que dia! Havia uma enorme satisfação na equipa.

Recuperados, tomou-se um banho, jantou-se e fomos festejar. Não é por nada mas mereciamos!
... Quem nos visse, deveria achar que tinhamos ficado em 1º da geral. E era como nos sentíamos. O facto de ficarmos a cerca de 8 minutos do 1º também contribuiu.
O ambiente em terra estava muito bom. Com as picardias do costume entre as equipas mas também com o característico bom desportivismo e companheirismo que as caracteriza. Mais uma vez, Grande Dia!

Fica ainda a homenagem e os parabéns à tripulação das Piranhas.Se toda a frota sofreu com o estado do mar, as piranhas devem ter sofrido o dobro. Afinal fizeram uma hora e tal de navegação a mais que nós. Temos perfeita consciência que muito boa equipa naquelas condições, com um veleiro que não é indicado para aquele mar e com a perspectiva de mais de 5 horas a navegar sempre à bolina, teria desistido. E não teria sido vergonha nenhuma. Mas como Mulheres de Mar que são (M grande propositado), foram, só com a a genoa, até ao fim. Parabéns!

Classificação:

  • 1ºAxa/multi sailing team (J33) - Clube de Vela de Lagos
  • 2º Pura vida (Grand Soleil 40) - Marina Yacht Clube de Albufeira
  • 3º Blaus III (3/4 Tonner) - Ginásio Clube Naval de Faro

Domingo

Ainda com a satisfação do dia anterior (e algumas consequências da respectiva celebração), começámos o 2º dia de regata, de Portimão a Albufeira, agora com uma tripulação de 6 elementos.

Ao contrário do que aconteceu na véspera, o vento e o mar hoje estava mais calmo... Vento de Noroeste de 17 nós a manter-se constante mas a cair com a aproximação a albufeira, o que permitiu uma navegação suave à popa. Comparado com o que se tinha passado, foi um passeio.

Aqui e apesar de a equipa ter estado bem, ficámos em 7º lugar e mais uma vez 1º do grupo, o que resultou em 6º da geral e 1º do grupo. Não há razões de queixa.

Classificação do Grupo

1º - Blaus 3- Ginásio Clube Naval

2º - Alvor - Clube Naval de Portimão

3º - Paquito - Ginásio Clube Naval



Classificação Geral

  • 1º - AXA/MULTI SAILING TEAM (J33) – CLUBE DE VELA DE LAGOS
  • 2º - SETH.PT (ELAN 40) – CLUBE INTERNACIONAL DA MARINA DE VILAMOURA
  • 3º - CIDADE DE FARO (JOD 35) – GINÁSIO CLUBE NAVAL DE FARO
Parabéns aos primeiros classificados, em especial ao Cidade de Faro pela boa performance durante as regatas (e fora delas tb).

E neste dia, já deu para registar uns momentos.





















À chegada a Albufeira foi tempo de arrumar e limpar o barco, beber a cerveja "descontradiça", descansar, rever a familia, conviver e esperar pela hora da entrega de prémios, onde o armador e Skipper Raposo achou oportuno fazer um modesto e singelo discurso a "passar a mão pelo pêlo à tripulação" (é a melhor tripulação do mundo e coisa e tal... Manias) e a agradecer (e bem) ao Ginásio Clube Naval de Faro, nomeadamente ao José Cassiano, pelo apoio que temos recebido. Muito bem.

Queremos ainda agradecer o apoio e palavras de encorajamento que recebemos dos elementos das restantes equipas da frota .

Obrigado a todos os que nos apoiam ( e aos outros tb... que tenham em dobro o que desejam para nós :P).

A equipa do Blaus



P.s. Post ainda em actualização

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Regata das Marinas

Já com algum cansaço em cima e a precisar de uma cama para dormir uma merecida noite de sono, adiantamos só uma coisa: foi um fim de semana em grande!

Nos próximos dias daremos mais pormenores e fotos.

Até breve.

A equipa do Blaus

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Regresso à água

... e o Blaus está pronto para regressar ao seu meio: o mar.

Estão em curso os últimos preparativos e o transporte de Faro para Vilamoura será feito hoje, ao fim da tarde.
Ao longo da viagem serão feitas as últimas afinações e limpezas.

E amanhã é dia de regata!

A equipa do Blaus

Caravela Boa Esperança ruma a Cannes



A caravela “Boa Esperança” partiu na segunda-feira, em direcção à França, onde representará o Turismo do Algarve na 61.ª edição do maior evento de cinema do mundo – o Festival de Cannes. Ao todo, serão dezoito dias de viagem e doze de festival sendo que o objectivo da acção passa por mostrar, ao vivo mas sem movimento, um dos cenários do filme “La Conjura de El Escorial”, em parte rodado em Sagres, a bordo da “Boa Esperança”.
Com a presença no festival, “pretende-se também cativar a atenção dos produtores e realizadores estrangeiros para a nossa região, que possui as condições ideais para filmagens”, explica o presidente da RTA, António Pina. A iniciativa resulta da colaboração do Turismo do Algarve com a associação Algarve Film Commission, que utilizará a caravela durante os dias do festival (14 a 25 de Maio) para a realização de encontros e reuniões com profissionais do sector.



A largada foi inicida à maré da madrugada de 8 de Maio.
Navegou-se rumo a Santa Maria com vento de força W e daí o sueste fez-se sentir.
À aproximação do Estreito pelas 21:00 horas e a respectiva entrada aproveitou-se a mudança de vento de Este para Oeste obrigando a chamada geral da tripulação.
Dado o intenso tráfego de embarcações que também aproveitaram o tempo favorável.
Passava das 03:00 horas quando deixamos o farol de Tarifa por bombordo. E tudo voltou ao normal da navegação.
O Estreito estava passado no período que o tempo permitia.

O Comandante,
José Gravata Rodrigues

Texto "roubado" ao Blog “A Defesa de Faro”

A toda a tripulação deste emblemático veleiro, votos de bons ventos e boa viagem.


A equipa do Blaus

Para mais informações sobre a Caravela:
http://www.rtalgarve.pt/Sites_Entidades/RTA/vPT/Projectos+e+Parcerias/Caravela+Boa+Esperan%C3%A7a/?res=1024x768

terça-feira, 6 de maio de 2008

Depois de 100 Horas e muitas milhas percorridas, é com agrado que cores, formas e cheiros familiares sinalizam a chegada ao nosso destino... Eu disse com agrado, não com muito agrado.

Trabalhos de manutenção – parte III













As coisas vão a bom ritmo e o Blaus está a recuperar o “charme” e bom aspecto. No feriado do 1º maio e neste fim de semana o casco levou 3 demão de pintura, a hélice foi polida, o buraco aberto no leme para secar o interior foi preenchido, substituiu-se o automático da bomba e as tralhas foram arrumadas. Tiraram-se ainda medidas para os novos cabos dos varandins.

Houve ainda tempo para umas merecidas pausas de descanso e relaxe. Afinal o calor começa a apertar e o calendário de trabalhos está a ser cumprido. Sem stresses.






Durante os próximos dias vão-se montar os cabos do varandins, tratar do apoio do Boom-Jack, acabar o leme, limpar o convés e restantes finalmentes, por o barco na água e fazer o transporte para Vilamoura.
As coisas começam a compor-se e o “chefe” está aí a chegar. Ou seja está tudo controlado para a regata do próximo fim de semana.

Obviamente que muito haveria a fazer no Blaus. Gostaríamos de substituir a vela grande, ter feito um tratamento mais profundo a nível do casco, alterar novamente o seu “visual” que para além de apresentar algumas marcas e cicatrizes de guerra, já poderia ser renovado, etc, etc.

Mas até aparecerem mais patrocínios não é possível fazer mais...

Já agora, se alguém tiver interessado em apoiar esta equipa que se manifeste. Acreditem que vale a pena.
E na prática e na maioria dos casos, o dinheiro investido pode ser reembolsado.

Pensem nisso.

A equipa do Blaus.

Berlengas

11h berlengas à vista.
É degustando um "late brunch" composto por ovos e bacom, que nos surge na nossa amura de estibordo as imponentes ilhas das berlengas.
O vento pela alheta com cerca de 18 nós, permite-nos navegar à vela a cerca de 8 nós. O que faz deste encontro, um momento de grande interligação com a natureza e as suas energias. Sentidas no vento que nos empurra e visíveis na imponência deste pedaço de terra que se ergue dos mares lembrando e celebrando as forças vivas que nos rodeiam. Lembrando a nossa pequenês e Reforçando a humildade necessária, para encarar e sobreviver neste meio tão hostil.

Instrumentos: agulha, anemómetro e odometro

Estes são os instrumentos mais básicos, mas também muitas vezes os mais utilizados no auxílio à navegação.
Apesar de durante muito tempo, a agulha (equivalente náutico para bussola), ter sido um dos instrumentos mais importantes a bordo, actualmente e com o desenvolvimento de novas tecnologias, tem uma função meramente auxiliar. Em grande parte, devido à complexidade das conversões necessárias, para passar o valor apresentado de magnético a real. Tendo em consideração factores correctivos como a declinação magnética (variável conforme a posição geográfica) ou as próprias interferências magnéticas do barco (variáveis conforme o rumo) e os abatimentos. Assim para sabermos que rumo seguir, consultanos o gps que nos informa qual o rumo para o ponto definido, e o rumo actual. Com estas informações sabemos quantos graus temos de alterar o nosso rumo e para isso já podemos utilizar a agulha, uma vez que estamos a falar de graus e não de rumos. O mais provável é a proa da agulha variar 5 a 10 graus do rumo do gps.
O odometro e o anemómetro são dois aparelhos que funcionam em conjunto, sendo que o primeiro mede a velocidade à superfície através de um sensor no casco e o segundo o vento aparente com uma giroete no topo do mastro. O anemómetro, utiliza a informação do odometro para converter o vento aparente em real. Ou seja se estivermos a navegar contra o vento a 5 nós de velocidade com 10 de aparente, o anemómetro irá retirar a nossa velocidade ao pararente, obtendo uma leitura de 5 nós de vento real.
Referi que a informação fornecida pelo odometro era relativa à superfície, pois a velocidade ao fundo poderá ser diferente, caso exista alguma corrente. Se formos a navegar a 5 nós de velocidade à superfície e o gps marcar 8 nós de velocidade ao fundo, podemos deduzir que estamos com 3 nós de corrente favoráveis. É claro que estas contas deixam de ser tão imediatas, quanto os ângulos começam a abrir!

Os mossos instrumentos de navegação- Plloter

A plloter funciona como a nossa central de navegação. Para além de ter um gps integrado, recebe e gere informação de todos os outros instrumentos, nomeadamente radar, anemómetro (vento), odometro (velocidade à água), carta electrónica e sonda (profundidade). Na imagem é possível ver duas janelas distintas, a carta de navegação com a nossa posição e a imagem do radar. É possível ainda marcar alvos no radar(outros navios) e visualizalos na carta!
Depois de mais uma noite a navegar estamos prestes a chegar às berlenhas. Espero num próximo post, enviar algumas fotos.