quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Oeiras - Berlenga

A Associação Naval de Lisboa organizou no passado fim-de-semana, mais uma edição da regata Oeiras - Berlenga - Oeiras inserida no Troféu Salazar, em que pela primeira vez participei.

É uma regata com alguma história, sendo considerada em tempos idos uma prova de enorme dificuldade. Hoje, com o auxílio dos modernos sistemas de navegação e o conforto proporcionado pelos veleiros actuais, continua a ser uma prova de alguma dificuldade mas bastante acessível.

Saímos de Oeiras cerca das 17:00 do dia 24, com o vento a soprar de Norte entre os 13 e os 16 nós TWS. Uma vez que a previsão seria o vento subir ao longo da noite, optámos por sair com a genoa #3, evitando assim uma troca de genoas óbvia. Apesar de o mar se encontrar relativamente calmo até ao Cabo da Roca, sentimos que a Genoa #1 poderia ter feito alguma diferença nesta primeira fase da regata, em que perdemos alguma distância para os veleiros maiores.

As previsões eram que o vento rodasse a NNE, durante a noite, assim a nossa intuição apoiada pelo MaxSea, levou-nos a optar por uma navegação junto à costa, beneficiando ainda de vaga com menor intensidade.


Todas as previsões foram se concretizando ao longo da noite, beneficiando-nos no momento em que entrou o NNE em relação a alguns veleiros que tinham optado por uma navegação mais ao largo.

Chegamos à Berlenga cerca da 2/3h do dia 25 e como seria de esperar a passagem pelas ilhas foi "dureza"! Com o vento a "roçar" diversas vezes nos 30 nós, vagas grandes e por vezes desencontradas devido ao refluxo provocado pelas ilhas. Na aproximação da Berlenga, conseguimos visualizar 3 embarcações que já voltavam à popa e outras 3 que seguiam no nosso rumo.

Depois de rondarmos, optámos por não içar o balão, seguindo apenas em borboleta com a genoa fixa com o pau de spi.





Após o nascer do Sol, com vento ainda nos 20/ 25 nós, decidimos içar o balão. Tudo bem até ao momento de cambar... Na passagem do pau de spi, o balão colapso enrolando-se no estai real... Bom resumindo, foi quase uma hora pendurado no púlpito da proa a tirar voltas! Depois de recuperar o folgo, decidimos içar novamente. Mas as coisas não estavam para correr bem, depois de algum tempo a navegar, uma vaga mais forte entrou pela alheta de sotavento e... chinesa! Como já estávamos perto do Cabo da Roca, decidimos acabar por ali com a "brincadeira".


Ainda tivemos tempo de passar "BASTANTE" perto de uma pedra no Cabo da Roca, que felizmente não provocou estragos para além do nosso susto. O resto da regata foi bastante tranquila até à linha de chegada frente à Marina de Oeiras.

A classificação final deixou-nos bastante satisfeitos, apesar de termos consciência que sem o tempo perdido com o balão (no total mais de 1 hora), facilmente poderias ter ficado em primeiro!

Assim ficámos em 3 da geral e 2 do nosso grupo. Quanto a mim será uma experiência para repetir...