Blaus 3, Sailing Services: XIX Regata dos Portos dos Descobrimentos

Conforme referido anteriormente, nos dias 11, 12 e 13 de Julho, realizou-se a 19ª Edição da Regata dos Portos dos Descobrimentos, organizada pelo Clube de Vela de Lagos e a Consejalía de Deportes de Palos e com o apoio da Câmara Municipal de Lagos e do Ayuntamiento de Palos de La Frontera, na qual participaram 42 veleiros.

Na 6ª feira foi realizada a regata prólogo num percurso entre Alvor, Lagos e Ponta da Piedade. É essencialmente uma regata de aquecimento que permite que as equipas tirem as medidas uns ao outros e fiquem a conhecer o campo de largada. Tínhamos a equipa composta, sendo de referir a ausência do Johnny que se encontra lesionado mas em franca recuperação desde a última regata, assim como da malta que anda no stress dos exames. Já agora, a eles boa sorte.

Equipa:
Proa: Nuno Silva
Mastro: Carlos Alcaravela
Piano e Armador: Assildo Duarte
Ajudante de piano: Victor
Trimmer: Lúcio Rodrigues
Ajudante de trimmer: Miguel Tavares
Vela grande: Faleiro
Skipper: Luís Veríssimo (Raposo)

Ficámos em 5º lugar. Nada de especial a apontar para além de um ligeiro acidente com o “Cidade de Faro” na largada e um jantar e uma noite animada e bem passada na Marina de Lagos, passada, obviamente, grande parte do tempo a definir as estratégias para o dia seguinte.

No sábado, já com os motores selados, fazem-se os últimos preparativos a bordo. Há alguma tensão e preocupação já que a equipa para este dia de regata está a reduzida a 5 elementos, o que obriga a uma maior atenção na distribuição das tarefas e posições. Se a isto associarmos o facto de, com excepção do Skipper Raposo, nenhum dos restantes elementos corresponder ao “núcleo duro” e original da equipa Blaus... Bom. Digamos que não era a situação mais confortável.

A largada foi razoável. Partimos por volta das 11 da manhã.
Até albufeira/Vilamoura, foi sempre à popa com bom vento, conseguimos manter uma boa posição na frota. Uns iam por terra, outros foram para fora e nós mantivemos o rumo ao cabo de Santa Maria, sem grandes desvios. A partir da Quinta do Lago, a coisa começou a complicar-se. O vento baixou bastante. Havia zonas com algum vento e zonas sem qualquer vento.
Mantivemos o rumo. Mais à frente parámos. Quase totalmente. O vento e a frota vinha atrás de nós a aproximar-se lentamente. Chegámos ao ponto de praticamente toda a gente estar a andar menos nós... Estávamos literalmente numa ilha sem vento no meio do mar a ver as manchas escuras de vento no mar a 500 ou mesmo 100 m de nós. É frustrante. De vez em quando lá aparecia uma bufa que nos permitia aproximar mais um pouco. Foi assim até à fuzeta. Finalmente, ao fim da tarde, conseguimos chegar à maldita mancha escura. Temos vento!

A partir daí foi sempre a andar. Entre o largo e a popa, o vento a aumentar constantemente e toda a gente a trabalhar. Os trimmers experimentavam pela primeira vez trabalhar o balão com vento a sério. Íamos nos revezando para descansar um pouco os braços e descontrair. Afinal ninguém sabia quanto tempo a regata iria demorar.

Achámos que a coisa estava a ficar monótona. Para animar a malta e a restante frota resolvemos fazer uma “pequena” cangocha ao fim da tarde. Dizem as más línguas que a ponta do mastro tocou no mar e o patilhão ficou à vista. Exageros e inveja. Para terem noção de como a coisa foi controlada, parece que houve um elemento da nossa tripulação que calmamente poisou a “sande” que estava a comer, levantou-se, foi à proa ajudar o skipper, no regresso deu um passeio pelo Martinhal (letras de publicidade colocada na parte lateral do casco) e quando a coisa se resolveu finalmente, calmamente regressou ao seu lugar, pegou na “sande” e voltou a comer.

Em suma, foi o momento alto da regata, com algum stress a bordo (algum para alguns, para outros foi um verdadeiro teste à resistência cardíaca), que se resolveu graças ao sangue frio do skipper e ao Faleiro que, sem dó nem piedade, cortou a braça que estava enleada.

Restabelecido o ritmo cardíaco, com o anoitecer o vento tornou-se mais constante e houve uma maior regularidade no ritmo. Soube muito bem vir calmamente a surfar nas ondas por ali fora, com um belo luar e uma temperatura amena. Ao contrário do que seria de esperar, a frota não se encontrava muito dispersa pelo que desde a última hora até à chegada, a competição foi acesa.

Chegámos às 24:34, após 13 horas e 16 minutos de regata. Pelo que parece, foi uma regata invulgarmente rápida.
O recorde foi batido pelo Duende 52 (JV52) de Jose Hidalgo com 11 horas e 51 minutos (frustração, frustração é baterem o record e ficarem em último lugar).

O merecido e justo vencedor da regata Lagos - Palos foi o "SULA" de Paul Kent, a quem damos os sinceros parabéns. Já merecia uma vitória após tantas regatas duras em solitário.
O segundo e terceiro lugares ficaram reservados para o “ADEGA DA MARINA” de João Pedro Jacinto e o “CIDADE DE LAGOS - SEITA 2” de António Viegas. Parabéns a eles também.

De destacar ainda o 4º lugar da geral obtido pelas Piranhas, com grande mérito porque fizeram grande parte da regata sem o pau de spi. É de louvar.
Ainda uma última nota de solidariedade para a tripulação do "Aba-buja" que após uma excelente regata, enganaram-se na linha de chegada e não pontuaram. Resta saber se as primeiras classificações não seriam alteradas caso isso não tivesse acontecido. Não se preocupem. Outras regatas haverão.

Quanto a nós e o CARIU, ficámos em 15º lugar da geral e 2º do grupo. Foi pena não ter sido melhor.

... ao menos ninguém se magoou nem caiu ao mar, divertimo-nos bastante e ainda chegámos a Palos a tempo de beber um copo. Nem tudo foi perdido :)

Até à próxima se não for antes.

A equipa Blaus